terça-feira, 9 de setembro de 2008

Índio cria abelha contra desmatamento

Por Sarah Fernandes, do Pnud
Em 09/09/2008 - 12h09


Um documentário que será distribuído a organizações não-governamentais, instituições de pesquisa e a universidades mostra os resultados de um projeto que ensinou técnicas para produzir mel a índios e caboclos de quatro municípios do Amazonas. Após o projeto, os indígenas, em vez de derrubar árvores com colméias, passaram a criar abelhas em caixas especiais, reduzindo o desmatamento nas regiões.

As técnicas para criar abelhas em colméias artificiais foram divulgadas em oficinas e cursos oferecidos pelo projeto Abelhas e Polinização da Várzea, implantado pelo INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), pela Fundação Djalma Batista e pelo PROVÁRZEA/ IBAMA (Programa de Manejo dos Recursos Naturais da Várzea, apoiado pelo PNUD. Além do projeto, o ProVárzea também ofereceu oficinas sobre colméias artificiais a mais de 300 pessoas em mais 10 cidades.

O projeto Abelhas e Polinização da Várzea teve como foco os municípios de Alvarães, Autazes, Maués e Panelão, nos quais atendeu 61 famílias de índios e caboclos. A ação, que custou R$ 385 mil, incentivou o aumento da produção de mel de abelhas nativas da Amazônia (que não possuem ferrão), a pesquisa de espécies de árvores polinizadas pelos insetos e a instrução das populações ribeirinhas a não derrubar árvores para retirar colméias. “Antes as famílias cortavam as árvores com colméias para retirar o mel. Com o projeto elas aprenderam a criar abelhas em caixas artificiais, numa técnica que pode ser replicada em outras comunidades”, afirma Marcelo Vidal, gerente de iniciativas promissoras do ProVárzea.

Além de alterar a forma de extrair mel, a iniciativa levantou que 48 tipos de plantas são polinizadas pelos insetos e viabilizou o plantio de 2.221 mudas de espécies como pés de abacate, limão, guaraná e couve da malásia. “O projeto tinha o objetivo de promover educação ambiental e aumentar a polinização da floresta”, diz Vidal.

Mais quatro iniciativas do ProVárzea deram origens a documentários: uma ação para vender produtos agrícolas, um projeto de organização da pesca no rio Solimões, uma iniciativa para estruturar criação de quelônios e um programa de gestão de recursos pesqueiros.

Os vídeos, que têm cerca de 30 minutos, foram lançados no seminário “Várzea: Cidadania e Sustentabilidade”, realizado em 7 e 8 de agosto, em Manaus. As cópias serão distribuídas para parceiros do projeto, prefeituras, universidades e instituições de pesquisa.

Saiba mais sobre o PROVÁRZEA/IBAMA (Projeto de Manejo dos Recursos Naturais da Várzea), apoiado pelo PNUD em http://www.pnud.org.br/projetos/meio_ambiente/visualiza.php?id07=27 (Envolverde/Pnud)

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